Na época de sua conclusão em 1929, as plantas de produção em Herøya, perto de Porsgrunn, dependiam inteiramente de suprimentos de amônia líquida por trem de Rjukan e Notodden. A amônia era a fonte de nitrogênio para a produção de fertilizantes minerais da Hydro.

A ferrovia de Rjukan era um projeto ambicioso para fornecer uma rota de transporte para a costa, de modo que matérias-primas pudessem ser trazidas para as fábricas de Rjukan e produtos de fertilizantes acabados fossem enviados. Entre 1909 e 1991, a ferrovia de Rjukan transportou 30 milhões de toneladas de mercadorias - o equivalente a 1,5 milhão de vagões de carga. E a ferrovia também proporcionou transporte de passageiros para a comunidade de Rjukan por muitas décadas.

Trem, balsa e barcaça

O percurso entre Rjukan e Herøya não era simples. O lago Tinnsjø tinha que ser cruzado por uma balsa ferroviária, e o último trecho - de Borgestad até Herøya - era por barcaça. Havia planos para Porsgrunn ser ligada à rede ferroviária por meio de uma linha de trem, mas levou 23 anos antes que o último túnel fosse escavado e a conexão fosse totalmente estabelecida.

Essa conexão ferroviária não era apenas importante para as operações da Hydro, mas também representava o sistema de transporte mais moderno da época. As balsas ferroviárias cruzando o lago Tinnsjø eram as maiores balsas interiores que o mundo já havia visto.

Em 1909, a balsa de madeira "Tinnsjø" começou a operar. Durante o inverno, era rebocada pelo rebocador e quebra-gelo "Skarsfos". Mais tarde, as balsas "Hydro", "Ammonia" e "Storegut" entraram em operação. As balsas estavam em atividade sobre o lago Tinnsjø até o início dos anos 90.

A importância e vulnerabilidade dessa linha de suprimento foram demonstradas algumas vezes durante a Segunda Guerra Mundial. O incidente mais dramático foi a ação de sabotagem contra a balsa "Hydro" em 20 de fevereiro de 1944. Além disso e de outras ações durante a guerra, o transporte entre Rjukan e Herøya prosseguiu sem acidentes graves ou interrupções no tráfego.

Forças naturais violentas

No entanto, houve vários incidentes que ilustram os desafios de construir uma rota de transporte através da paisagem dramática de Upper Telemark. Vagões foram virados várias vezes pelas correntes descendentes que podem ocorrer no vale. Medidas tiveram que ser tomadas para evitar que o vento se agarrasse sob os vagões.

Quando a produção de amônia e fertilizantes foi descontinuada em Rjukan, as balsas foram assumidas por uma fundação, que cuida da manutenção e organiza passeios para turistas no verão.