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Com a nossa mina de bauxita situada em uma área que antes era coberta com floresta tropical, a Hydro definiu uma meta de equilibrar a abertura da área para mineração com áreas reflorestadas até 2017 e almeja também, a longo prazo, nenhuma perda líquida de biodiversidade. Um das ações para alcançar estas metas – estabelecer um programa de pesquisa sobre biodiversidade e mudança climática – já está virando realidade. 

Quando a Hydro adquiriu a mina de bauxita em Paragominas no Pará, Brasil, em 2011, nós também herdamos uma grande responsabilidade. Apenas uma pequena parte da área planejada para mineração era de floresta intocada quando a Hydro surgiu com o seu projeto, mas, mesmo assim, queremos ajudar a trazer a biodiversidade de volta em toda a região. Com cerca de 50 anos de atividade humana em Paragominas, uma grande parte da terra foi afetada pela exploração madeireira, pecuária e agricultura e cerca de 15 porcento da floresta nessa região é de floresta tropical intocada. 

“O desejo da Hydro é fazer com que as áreas já alteradas fiquem em condições melhores do que aquelas que existiam antes da chegada da Hydro. A floresta tropical intocada fica localizada principalmente em pequenos vales e ao longo de riachos e será preservada com as atividades da Hydro. Acreditamos que somos capazes de contribuir de forma positiva para essa terra através de nossas ações de reflorestamento. Nossa iniciativa de pesquisa sobre biodiversidade é fundamental para atingir essas metas, ” disse Bernt Malme, gestor ambiental da Hydro.

Estrutura pronta

O primeiro workshop científico do Consórcio de Pesquisa sobre Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC) (ver a caixa de texto) aconteceu em Paragominas em novembro de 2013. Aqui todas as instituições membro apresentaram trabalhos pertinentes ao monitoramento e pesquisa da biodiversidade. Na fase inicial o foco foi avaliar o trabalho de reflorestamento e monitoramento iniciado pela Hydro. Uma quantidade considerável de trabalho já foi preparada para o levantamento topográfico e monitoramento para a revegetação e biodiversidade.

“Para fortalecer as atividades de monitoramento e restauração da biodiversidade da Hydro, o consórcio apresentou três projetos de pesquisa específicos para consideração pela Hydro” disse Torkjell Leira, um conselheiro do Departamento de Pesquisa e Coleções, Museu de História Natural, Universidade de Oslo.
 
O primeiro projeto de pesquisa está relacionado com a biodiversidade em geral, qualidade do solo, biomassa nos solos e campos de teste para vegetação e reflorestamento. Um segundo projeto observará as liberações de CO2 e metano da área de mineração e das áreas sendo restauradas através de diferentes métodos, enquanto o projeto final será examinar a Micorriza – um fungo que fornece nutrientes e água do solo para as árvores através de uma simbiose.

Um projeto de mobilidade associado com o consórcio e financiado em conjunto pelo SIU (Noruega) e pelo CAPES (Brasil) foi iniciado. Esse projeto envolve a mobilidade de estudantes da equipe acadêmica assim como o ensino conjunto, principalmente em nível de Mestrado e Doutorado em relação à biodiversidade dos fungos tropicais. No Brasil, duas teses de mestrado sobre mamíferos também estão previstas na Universidade Federal do Pará (UFPA) como resultado dessa nova cooperação.

“Existe uma excelente cooperação entre a Hydro, a UiO e as instituições brasileiras. Após o mapeamento inicial das condições em Paragominas e das atribuições do consórcio, estamos agora no com tudo pronto, todos ansiosos por começar,” disse Leira.

Nucleação - uma nova e promissora técnica para reflorestamento

Existem várias técnicas possíveis para o reflorestamento e a Hydro começou a implementar uma nova e promissora técnica chamada "nucleação" em janeiro de 2013. Esse método implica em um distribuição irregular doa camada superficial do solo para estimular a paisagem natural e a captura da água da chuva. Pilhas de madeira cortada são distribuídas para aumentar a biodiversidade através da criação de abrigos para insetos e animais e do aumento das condições de crescimento para fungos e plantas. As pesquisas relativas a esse método mostraram resultados promissores até agora. No entanto, a Hydro teve alguns desafios ao iniciar o uso dessa técnica e algumas das áreas replantadas tiveram que ser reclassificadas como área a ser reabilitada. Existe um processo em andamento para otimizar a técnica com base nas experiência adquirida e para a preparação para uma implementação em grande escala.
 
“Para qualquer que seja o método de restauração, o acesso a sementes e mudas de alta qualidade é um desafio. Para reconstruir uma floresta diversificada e saudável, é essencial que se tenha uma grande variedade de espécies e genes no banco de sementes,” disse Leira.

Para começar a enfrentar esse desafio, a Hydro estabeleceu um viveiro para as mudas e epífitas com uma capacidade de produção de centenas de milhares de mudas por ano.

Documentação e monitoramento

Uma grande variedade de ações irá documentar as condições nas florestas intocadas e nas áreas reflorestadas, incluindo o registro da variedade de espécies em áreas intocadas. Essas informações servirão como diretrizes importantes para a reabilitação.

Nas áreas já reflorestadas, há um monitoramento inicial do novo crescimento das plantas e da nova ocorrência de vida animal. Foram instaladas câmeras para acompanhar os mamíferos que passam e foram construídas plataformas nas árvores para monitorar a fenologia das árvores. Esse trabalho deverá ser escalonado ainda mais com a continuidade do mesmo.

“No momento, a Hydro é capaz de registrar quais espécies de animais existem nas áreas. O projeto piloto UiO colocou mais de 30 armadilhas fotográficas por toda a propriedade da Hydro em Paragominas para aumentar o monitoramento dos grandes mamíferos como o jaguar e a anta. Mas são necessárias ainda mais câmeras para rastrear o número de mamíferos individuais, seu habitat e para detectar tendências na população, disse Leira.

Uma visão a longo prazo é fundamental

Como a mina de bauxita foi aberta em 2006, o trabalho de reflorestamento está apenas começando. As primeiras tentativas de reabilitar as áreas de mineração foram iniciadas pela Vale, a antiga proprietária, em 2008. Fridtjof Mehlum, chefe do Departamento de Pesquisa e Coleções do Museu de História Natural, Universidade de Oslo, destaca a importância de se ter uma visão a longo prazo para esse processo.

“Levará tempo, mas pesquisas feitas em outras áreas replantadas mostram que a biomassa cresce novamente em 50 anos. Para ter de volta a diversidade das plantas, serão precisos mais 50 anos, enquanto que um total de 150 anos é necessário para obter novamente a diversidade de animais. É claro que algumas espécies precisarão de habitats ainda mais antigos, mas a maioria das espécies não depende de árvores com centenas de anos," disse Mehlum.
 
“Estamos confiantes no trabalho iniciado pela Hydro. Eu acho que estamos todos cientes de que há obstáculos e que precisamos levar em consideração que esse é um processo desafiador e de longo prazo, mas com esforços sistemáticos e financiamento suficiente estamos confiantes que esse trabalho terá uma contribuição positiva.”